segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Antonio Almeida - Artista Plástico


Antônio Almeida nasceu no povoado Jacaré, no município de Barra do Corda em 27 de maio de 1922. Filho de pai cearense e mãe piauiense é a síntese o homem nordestino. Nasceu em meio ao trabalho na roça e foi neste cenário que passou sua infância. Ao cinco anos viu pela primeira vez alguém desenhando. A cena o impressionou e despertou-lhe o interesse pela arte. Ele se considera um “intuitivo”; é um autodidata e desde que descobriu o talento para a arte visual, ainda em sua tenra infância, nunca mais parou. Olhava os elementos como pessoas, objetos, paisagens, gravava e depois reproduzia.
Ainda criança foi estudar em Barra do Corda, uma vez que onde morava não havia escola. Assim que aprendeu a entender o significado das palavras nos livros, sua sede por conhecimento não se esgotou. Lia e conhecia autores consagrados como Casimiro de Abreu, Castro Alves, Camões, tendo lhe impressionado especificamente a obra Os Sertões de Euclides da Cunha.
Já rapaz, sai de Barra do Corda com destino a Pedreiras. Lá continuou a produzir seus trabalhos, com especial atenção para as caricaturas. Gostava de reproduzir a fisionomia das pessoas, o que resultou em sua primeira exposição, num bar que costumava freqüentar. O resultado dos trabalhos não agradou muito os que foram retratados e isso lhe acarretou certo desconforto. De Pedreiras segue para Coroatá, onde embarca num trem Maria-Fumaça com destino à capital. Chegou aqui em 1944, aos 22 anos com pouco dinheiro no bolso e muita fome de conhecimento.

Em São Luís, os primeiros artistas com os quais teve contato foi Telésforo Moraes Rêgo e Newton Pavão, conhecidos como os velhos mestres, que reinavam aqui em matéria das artes plásticas, que o convidaram a participar do II Salão Artur, em dezembro de 1944. Seus trabalhos tiveram bom reconhecimento por parte do público e logo passou a fazer parte de um seleto grupo de artista que se reunia na “Movelaria Guanabara”, famoso ponto de encontro dos intelectuais da época. A partir de então Antônio Almeida não parou mais. Em dezembro de 1950, participa do 1º Salão de Pintura SCAM - Sociedade de Cultura Artística do Maranhão, recebendo o prêmio de 2º lugar, com a obra O cortiço. Após esse período, influenciado pelos artistas plásticos Matisse, Cézanne, Paul Klee, entre outros, rompe com a arte tradicional e segue um outro caminho, sedo imediatamente criticado por colegas e pelo público em geral.

Em 1952, participa do Salão de Artes Plásticas do Ceará e concorre com uma obra até então inédita para ele, seu auto-retrato. Esta obra acabou sendo considerada uma das mais célebres das artes plásticas no Maranhão, lhe rendeu a medalha de prata e o comparou ao pintor holandês pós-impressionista Van Gogh.

Em 1956 integra o grupo que organizou a revista Legenda, sobre a direção de José Chagas, tendo sua primeira ilustração como capa, bem como o conto “A Estranha Amante de Wagner”. Antonio Almeida diversifica seus trabalhos, produzindo aquarelas, guaches, inicia o trabalho com colagens bastante disputado por colecionadores. Descobre a pintura em grandes dimensões, dedicando sua atenção para a execução de painéis. A partir daí, propicia a uma explanação mais adequada sobre motivos populares, onde trabalha temática ligada a terra e aos costumes de nossa gente.
Em 1966, é convidado a criar uma logomarca para a Companhia de Águas e Esgotos do Maranhão – CAEMA. Aproximadamente em 1968, a pedido do escritor José Sarney, ilustra o livro de contos Norte das Águas, quando ele inova sua própria arte optando pela xilogravura.
Na década de 70, dando continuidade aos trabalhos em grandes dimensões, produz para Assembléia Legislativa um painel em madeira, composto por duas talhas; Em comemoração aos 50 anos do jornal O IMPARCIAL, em julho de 1976, fazia parte da programação a Mostra de Arte Pintura e Escultura, organizada por Nagy Lajos. Essa Mostra reuniu as maiores expressões da Artes Visuais da nossa cidade, e Antonio Almeida participa juntamente com Ambrosio Amorim, Maya Ramos, entre outros. Dando continuidade aos seus trabalhos em madeira na década de 80, produzindo mais obras de caráter público, pinta o mural da antiga Estação Rodoviária, situada na Alemanha, tendo o tema Populário. Em 1986 foi indicado a uma cadeira na Academia Maranhense de Letras, pelo então presidente da casa, Jomar Moraes. Nesta época doa para a AML, três obras entalhadas em madeiras, consideradas pelo próprio autor de extrema riqueza de detalhes. Obras estas, que infelizmente após reforma e reabertura da Academia em setembro passado, perderam lugar de destaque por terem sido transferidas para outros cômodos que não o salão principal.
Em 1987, apresenta à população maranhense seu grande painel de azulejos no prédio do BEM (atual Bradesco, na rua do Egito), causando admiração aos que transitavam pela praça João Lisboa. Dando continuidade a seus trabalhos em grandes dimensões, realiza um painel sulcado na parede da Associação Comercial em outubro de 1988. Com a mesma técnica de sulcado na parede, realiza outro grande painel no antigo prédio da agência do BEM, na avenida Kennedy (atualmente Secretaria da Fazenda do Município).
A partir de meado da década de 90, em decorrência do glaucoma e de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), perde a visão, deixa de desenhar, mas por ter uma mente inquieta começa a fazer poesias, as quais ditava para seus filhos netos e estes os transcreviam. Conseguiu publicar livros de poesias, como Rastros de procura (somente de poemas), também Sentimento Solto (poesia e prosa), organizou também com ajuda dos familiares e amigos Vida a Ir: Mensurando o Imensurável (poemas e prosas).
Hoje, aos 85 anos, o artista autoditada pintor, escultor, entalhador, gravador, muralistas e agora escritor encanta quem quiser ouvir suas memórias. Apesar da doença mantém uma memória altamente sagaz e não pára de pensar em versos e prosas para continuar encantando com sua arte.

Fonte: ANTONIO ALMEIDA: compreensão e análise de sua produção artística como referencial para o ensino da Arte. Geyse Soraia Moraes Ribeiro.São Luís. 2003; Entrevista com o artista

7 comentários:

Lara disse...

Muito boa a informação, parabéns pelo seu blog!

Augusto Almeida disse...

muito lindo a historia do Almeida, pena que ninguem ja nao fala mais nele...

Alice Nascimento disse...

Parabéns pela iniciativa, Almeida merece esse reconhecimento e que sua história seja lembrada! sempre

Anônimo disse...

oi eu gostei muito da história do Antonio Almeida,é um exemplo de gente que realmente não desiste dos seus sonhos,realmente eu fiquei emocionada com a história dele... Parabéns a ele por ser essa pessoa incrível

Anônimo disse...

Pessoas especiais, como Antonio Almeida deve ser lembrada sempre. Pois nus ensina a vencer na vida e correr atrás dos nossos sonhos, não importa de tão longe você vem, ou qual seja sua situação financeira. Temos que acreditar para pode vencer.

Unknown disse...

Meu avô Antonio almeida Eu o amo Saudades Eternas 2 <3

Unknown disse...

eu sou o bisneto dele e agora estou fazendo de acordo com essa biografia meu deve de português
fui no convento das mercêdes junto a meu avô Aurelio minha irmã e minha e minha mãe estava chuvendo e uma das obras dele é a
fuga da noite